Cor profunda. Notas de violetas, eucalipto, verniz e ameixas pretas. Profundo, complexo, mas sempre com frescura e grande elegância. A boca é plena de fruta fresca, alcaçuz e especiaria. Envolvente, denso, mas com uma harmonia e equilíbrio notáveis.
Proveniente de cepas quase centenárias com uma produção escassíssima de 10hl/ha, o tinto Vinha de Lordelo, foi descrito por Eric Boschman, “Guru” do vinho na Bélgica, como estando entre o sublime e o sumptuoso, ao nível dos grandes de Bordéus. Entre Latour e Haute Brion. É de uma complexidade desconcertante mas com uma fruta que fará passar os syrahs australianos por vinhos austeros. É magnífico!” Há muito que existia a vontade de identificar a origem das principais características que compõem o Quinta da Gaivosa. Em 2003, um esforço adicional possibilitou finalmente a vinificação isolada das pequenas partes do todo, desvendando a expressão, na sua forma elementar, das várias nuances e particularidades dos Gaivosas. O que nos era profundamente familiar passou a ter um nome. Foi neste contexto que nasceu este vinho. A Vinha de Lordelo é, “só por acaso”, a mais velha das vinhas da Quinta. Um pequena loucura, talvez, mas que Alves de Sousa, tem hoje todo o prazer de a poder partilhar.
É no Douro (1ª região demarcada e regulamentada do mundo (1756) e Património da Humanidade (UNESCO)) que Domingos Alves de Sousa dá vida aos seus vinhos, seguindo uma tradição familiar iniciada pelo seu avô e à qual hoje se juntam também os seus filhos. Licenciado em Engenharia Civil, não resistiu porém ao duplo apelo (da
terra e do sangue), e abandonou a sua actividade em 1987 para se dedicar em exclusivo à exploração das quintas que lhe couberam em herança e a outras que posteriormente adquiriu. Durante muito tempo foi fornecedor de algumas das mais prestigiadas casas exportadoras de Vinho do Porto. Mas os problemas que afectaram o
sector nos finais da década de 80, levaram-no a olhar para as suas vinhas de uma forma diferente e a estudar o seu potencial para a produção não apenas de vinhos generosos mas também de vinhos de mesa, tornando-se num dos pioneiros dos vinhos do Douro. O desejo antigo e sempre presente de encontrar a melhor expressão de uma
vinha levam-no a vinificar exclusivamente as uvas das suas Quintas e a trabalhar apenas com as castas naturais da região. A qualidade e a singularidade dos seus vinhos são amplamente reconhecidas, com distinções e referências nas mais respeitadas publicações nacionais e internacionais. Um destaque especial para a
atribuição do prémio “Produtor do ano” em 1999 e novamente em 2006 pela Revista de Vinhos, tornando-se o primeiro a receber por duas vezes a mais importante distinção para um produtor de vinhos em Portugal.