Cor retinta. Aroma marcado pelos frutos pretos maduros como a ameixa preta, amoras e um toque floral a violetas próprio da Touriga Nacional. No paladar, confirma os frutos pretos bem casados com a madeira dando-lhe grande complexidade a par dos taninos redondos aveludados responsáveis pelo volume de boca. Conjunto muito agradável, encorpado, elegante e muito persistente.
Vinificação: Após 48 horas de maceração a frio, para enriquecer em aromas, a fermentação decorreu durante 10 dias a 24ºC, com delestage para facilitar a extracção de cor e de taninos que contribuem para o corpo e volume de boca.
Estágio: o vinho depois da fermentação maloláctica estagiou 18 meses em barricas de carvalho francês e americano.
Sugestão Gastronómica: acompanha bem carnes vermelhas ou caça de pêlo.
Produtor | Quinta de São José de Peramanca: situa-se a cinco quilómetros de Évora, na Estrada Nacional 114. O grande e tradicional casario, marcado pela arquitetura barroca, e a igreja de São José a ele adjacente facilitam na identificação. Com 34 hectares, a Quinta tem na casa solarenga e na sua vinha o seu maior património.
Quanto ao nome peculiar da quinta "Peramanca" (Pedra-Manca), significa "pedra oscilante, pouco segura", é explicado pela existência na região de grandes pedras de granito em equilíbrio oscilante. Desde a época Romana e ao longo dos séculos, os arredores a ocidente de Évora foram considerados como uma das mais importantes regiões produtoras de vinho de qualidade, tendo a zona ficado conhecida por “Terras de Peramanca”, dada a abundância destas pedras oscilantes.
No final do século XIX, os vinhos aí produzidos ganharam mesmo várias medalhas em concursos internacionais. No entanto, por essa altura, o flagelo da filoxera veio acabar com o cultivo da vinha em quase todo o país.
Estas terras de peramanca não foram exceção e a área vitivinícola ficou durante algum tempo reduzida ao terroir junto à nossa Quinta. Atualmente os vinhos Pêra-Grave, da responsabilidade de João Grave, são os últimos frutos conhecidos desse mesmo terrroir.
De características ímpares, o terroir dos vinhos Pêra-Grave assenta num manto de granito que se encontra entre um metro e meio a dois metros de profundidade. Em alguns pontos, a profundidade da pedra granítica chega a atingir cerca de 200 metros, o que permite que as águas circulem aqui a um nível mais superficial do que na maioria dos terrenos com vinhas. Aliás, é esta condição que explica irrefutavelmente todo o virtuosismo da história dos vinhos destas terras, mesmo em tempos onde os sistemas de rega eram inexistentes.
Desde 2003, encontram-se plantados na Quinta de São José de Peramanca cerca de 15,5 hectares de vinhas de onde se destacam as castas Aragonez, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Syrah, Arinto, Verdelho e Alvarinho.