A cor cítrica, aroma bastante interessante por ter uma nota, mas desenvolvimentos muito positivos, é um branco completo com notas de leve resina e mel, todos recortados clássicos, mas originais. A leve oxidação que sente na boca não impedirá uma boa corrida na mesa.
Vinificação:As vinhas de Colares, cultivadas em terra de areia, foram salvas, enquanto a filoxera destruía as vinhas em todo o país. António Bernardino da Silva é um dos mais antigos produtores da região e resistente à pressão urbana que invade a terra para o cultivo. Lutando para manter a tipicidade do seu vinho, este produtor é o reduto de um dos néctares mais preciosos do mundo.
Os vinhos de Colares são um paradoxo sem igual em Portugal. Comecemos pela vinha, que está totalmente implantada nuns "impressionantes" 15 hectares, o que só por si dá para perceber um pouco da dinâmica desta pequeníssima região. Há ainda a particularidade, pouco comum, no facto destas vinhas nunca terem sido afectadas pelo flagelo da Filoxera, nos finais do século XIX, pelo facto de estarem implantadas em solos arenosos. Mas Colares, apesar destes paradoxos é uma região por direito próprio que alberga vinhos genuínos e cheios de carácter. Foram dos vinhos mais conceituados e procurados nas décadas de 30, 40 e 50 do século passado. Ainda hoje podemos encontrar precisamente esses vinhos, dessas épocas, com uma saúde invejável, o que confere a estes vinhos uma longevidade ímpar e só possível em grandes vinhos. As castas principais são o Ramisco nos tintos, e a Malvasia de Colares, nos brancos. Ambas as castas, pela excepcional influência marítima, conferem uma singularidade e carácter únicos a estes vinhos que merecem ser conhecidos.